domingo, 23 de agosto de 2009

Vamos abastecer?

Desde que cheguei em Brasília tenho me acostumado com algumas inconsistências.

Para poder comprar um carro você tem que ir a um lugar que só se chega de carro (cidade do automóvel)

Tudo bem, com certas coisas a gente acostuma. Brasília é uma cidade (mau?) planejada, tem setor pra tudo. Setor de Industrias Gráficas (SIG). Setor de Armazenagem e Abastecimento (SAA).

Agora alguém pode me explicar porque existe um setor de postos e motéis?

É claro que eu entendo a importância de postos de gasolina numa cidade que só dá pra ir na padaria se você tiver um carro.

Quanto aos motéis, acho que qualquer um que não seja celibatário entende a sua importância.

Agora qual o motivo dos dois estarem no mesmo setor? Ainda não entendi a relação entre abastecer o carro e se divertir. Aliás eu entenderia mais se os motéis estivessem no setor de diversões ou algo assim.

Será que no início de Brasília no bailes(tinha esse nome na época né? agora é igual, só acrescentaram o funk) depois de dançar com a garota você dizia pra ela: "E aí? vamos pra outro lugar? talvez abastecer o carro?"

Ou aquela mãe de família tradicional que não conhece a filha direito: "Que isso, minha menina é uma menina séria, nunca vai em postos de gasolina".

Confesso que isso nunca fez sentido pra mim. Mas vai entender. Como entender a lógica numa cidade que quando você quer virar a esquerda, pega a saída da direita?

A evolução leva à mentira

A inteligência artificial e a simulação tem o intuito de reproduzir e entender os fatos da natureza.

A idéia dos cientistas da Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne era reproduzir a disputa de espécies por comida. Os robôs envolvidos poderiam encontrar comida boa ou ruim e depois de uma geração poderiam compartilhar ou não as informações sobre onde havia comida boa ou ruim.

No início bastante interação e muita melhora geral, depois de um tempo como todos acabam achando a comida boa, essa passa a ser escasse. Depois de 50 gerações a interação diminui.

Tudo bem, como já e de se esperar depois de 100 gerações a interação chega quase a zero e nas poucas interações que ocorriam, algumas eram falsas. Sim! Os robôs aprenderam a mentir.

Os cientistas dizem que isso pode fazer eles entenderem melhor a "evolução dos sistemas de comunicação biológica", ou seja, isso faz com que a mentira seja um aspecto natural da evolução.

Ou seja quando aquele seu arrogante amigo disser que você ele não mente nunca, retruque: evolua!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Documentos e o paradoxo da modernidade

Já faz um tempo que eu não escrevo aqui. Acho que nem sempre temos motivos ou fatos que realmente nos motivem para expressar tudo que pensamos.

Essa quarta feira foi fenomenal (sem trocadilhos com o gorducho). Tudo começa bem, pra comemorar o aniversário do nosso amigo Marcão lá do trabalho vamos ao novo(pelo menos eu não conhecia) bar do bairro sudoeste: Nana bar.

Tudo bem, o bar é legal bem no estilo do sudoeste, que é o único lugar que eu conheço que faz um bar no subsolo ficar totalmente aconchegante.

Varias alegrias como a vitória do timão sobre o Inter de novo.

Mas aí tem aquele fato que deixa as saídas da capital federal bem chatas. Basta você sentar e vem um milhão de garotos querendo vender chiclete, cd pirata e outras coisas que com certeza você não precisa.

Nem quero entrar no mérito do problema social, da exploração do trabalho infantil ou da luta de classes. Nem é o sentido desse post.(fica pra uma próxima)

A grande "alegria" da noite foi ao querer pagar a conta eu perceber que a carteira que até alguns momentos estava no meu bolso simplesmente tinha sumido. Vamos dizer que foi extravio para não ter o pensamento preconceituoso que pode ter sido um desses pequenos ambulantes que "pegou emprestado sem pedir".(será que é realmente um pensamento preconceituoso?)

Bom, a partir daí a noite já estava bem atrapalhada. Foi sair do bar, passar no primeiro posto policial que tinha no caminho.

Particularmente, embora eu não saiba a real eficiência desses novos postos policiais do GDF, eu gosto muito deles. Acho que dá, pelo menos, a sensação de segurança ao local. O fato de ter aberto um aqui do lado de casa é claro que me agradou. Assim posso encher a cara nos bares da esquina (:P) e voltar pra casa sem medo de pegar blitz e ser assaltado por um viciado qualquer(acho que daqui a pouco vão fechar meu blog com esses comentários :P)

Agora o meu espanto no caminho foi o policial do posto me dizer que não faz BO. Legal, o posto é bonito mas não faz BO. Tudo bem, normalmente só tem um policial por lá mesmo, não dá pro rapaz ficar preenchendo um papel só pra você ser enganado achando que o BO vai te salvar do malandro sujar seu nome.

Vamos até o próximo posto policial. Um posto no guará que foi indicado inclusive pelo policial do primeiro posto. Tudo bem que já era duas da madrugada, mas o posto estar com as portas fechadas e o policial que "fazia plantão" dormindo não me deixou totalmente satisfeito com o destino dos meus impostos.

Aí é que vem a melhor conversa da noite. Como o senhor policial não teve a educação de se apresentar, vou chamá-lo pelo nome carinhoso de Puliça:

- Cidadão: "Oi, posso entrar?" (Sim, a porta estava fechada, as luzes apagadas e o puliça com cara de poucos amigos)
- Puliça: "Pode..."( fiquei imaginando se o tom era por causa do recente acordar ou ele realmente estava me xingando no fundo dos seus pensamentos)
- Cidadão: "É que eu preciso fazer um BO por extravio de documentos."
- Puliça: "Você podia ter feito pela internet..." (nem preciso comentar o tom do rapaz, mas tudo bem, eu sou culpado por não saber todos os "avanços tecnológicos"(o motivo dessas aspas tá mais no fim do post) do nosso GDF), o Puliça continua: "Olha, me passa um documento seu."
-Cidadão : "(hã?)" (confesso que não falei nada, so fiquei com cara de interrogação)
- Puliça: "ah, você não está com documento aí?"
- Cidadão: "É que eu perdi minha carteira, preciso fazer um BO porque estou sem documento"
- Puliça: "Olha, sem documento não vou fazer BO pra você não. Não sei se você é você mesmo" (minha vontade foi dizer: Não, eu sou o cara que roubou a carteira, to aqui so por bondade com o cara que teve a carteira "extraviada"), mas o gênio continua: "Olha, nesse caso você vai ter que fazer pela internet." me entrega o endereço do site e vira pra voltar pro seu "merecido" descanso.

Já vou dizendo que não é nada contra a polícia, pois tem muito policial bom e educado que nem o primeiro que me atendeu na noite. Mas, sinceramente, qual a diferença entre o policial fazer para mim o BO ou eu fazer pela internet? Será que minha web cam liga ao eu entrar no site e eles me filmam? Será que eles rastreiam meu IP para saber de onde eu estou conectado? Não consigo ver como um BO feito pela internet possa ser diferente de um BO feito por alguém que não apresente documento.

Já não bastasse, estou eu aqui, 24 horas após o cadastro do pedido de BO(prazo para receber pelo email o mesmo) sem resposta.

Grande eficiência. Eles criam um prazo, não cumprem e enquanto isso meu documento está por aí a espera de que o malandro tenha a bondade de fazer o BO para mim(afinal, ele tem o documento e pode fazer o BO no posto policial)

Graças a Deus o mesmo procedimento não ocorre no site do Denatran MG onde eu pedi a segunda via. Lá você pede a segunda via pela Internet, paga no banco (pela internet, olha só) e eles prometem entregar em cinco dias úteis(sei que o cumprimento desse prazo é uma ilusão minha, mas pelo menos o procedimento já foi realizado).

Tudo bem, fora eu não saber a real validade desse BO on line vou ficar aqui esperando a boa vontade do serviço on line totalmente questionável do ponto de vista legal.

Mas a criação desse serviço foi muito para pelo menos uma coisa: O sono do nosso amigo Puliça...